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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dor


‘Calma, vai passar...

Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, "hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu"). Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.''

Conversando com a minha mãe, eu disse que se tivesse sofrido a metade que uma amiga minha sofreu na gravidez,eu não teria mais filhos.E minha mãe respondeu:-A dor que sentimos no parto,ou nos 9 meses,as dificuldades e complicações são inexplicáveis,é algo digno,só nós mães sabemos,mas não sabemos o que acontece pra querermos passar por tudo de novo.A vida é assim,lembra quando você chegou em casa com o braço doendo forte,pois tinha caído de bicicleta ?A ultima coisa que você queria era andar de novo de bicicleta, por causa de uma queda que doeu,mas o tempo passou e hoje você anda de novo.Tudo dói,forte ou não,mas a cada queda, a cada dor,há um novo recomeço.Pra doer de novo,a dor passar , você esquecer e recomeçar.

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