
É sempre assim quando eu digo:Não vou gostar,não vai dar certo,eu não quero.Eu acabo gostando,mais do que isso,acabo amando.
Fernanda veio como prova disso tudo,ela parecia um tsunami,um terremoto.Daqui nove meses se prepara que ela vai chegar!
Fiquei desesperada e descrente.Não,não pode ser.É brincadeira né ?
Como pode uma mulher formada, com duas filhas já criadas,ter outra criança aí?Logo agora que estávamos nos acostumando com a idéia de fraldas jamais,mamadeiras,choros e birras nunca mais.
Senti-me como a mãe de uma adolescente inrresponsável,arrancando os cabelos.
Minha mãe riu da minha cara e disse:Calma,é só um bebê.Era só um bebê,mas pra mim era um maremoto.
No sétimo mês,eu já estava mais calma e preparada,não menos ansiosa,queria que nascesse logo.
Fica na mente,com quem vai se parecer,fisicamente e etc.Finalmente na madrugada,ela chegou.Não pude me conter,era uma menina linda,sim,era toda eu.Fiquei imensamente feliz,com o passar do tempo suas feições se pareciam mais com as minhas.Conforme foi crescendo percebi que não só exteriormente,mas Fernanda era toda eu,todinha.No jeito sincero e extrovertido,é claro que ela tem suas particulariedades,as quais adoro.
Peço,Deus do céu,que eu possa ter a metade da bondade que ela tem,o coração singelo,o amor gigantesco;a visão luminosa,mesmo em dias de escuridão; o sorriso e a gargalhada que convence;a meiguice no olhar e o perdão sem reservas.
Tem pose de princesa e de bailarina,se faz de modelo trocando de roupa milhões de vezes por dia,ciumenta,unhas coloridas e a paixão pelo batom maior do que pelas bonecas.
Vale a pena acordar no meio da noite ou até cedo demais com ela me chamando.
Quando eu crescer quero ser como você,pequenina.